Que a Paz de Jesus Cristo Salvador e o Amor de Maria Santíssima estejam com você!

Região Pastoral 4 (RP4) da Arquidiocese de Botucatu.

Seja Bem-Vindo (a)!
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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Fraternidade: o amor ao próximo.

Em sua primeira mensagem para o Dia Mundial da Paz (01 de Janeiro de 2014), o Papa Francisco, por várias vezes, destaca que a Fraternidade é o fundamento e o caminho para a paz. 


Segundo o Pontífice, todo filho de Deus tem uma vocação à fraternidade. Fraternidade, do latim frater, significa irmão, ou seja: todo filho de Deus tem vocação a ser irmão um do outro. Ser fraterno é ter uma boa relação, respeitar e, principalmente, amar o próximo.
Vocação esta que Caim rejeitou do Senhor, exemplifica o pontífice (cf. item 2, «Onde está o teu irmão?»). Mas, em Cristo Jesus, foi denominada como o mandamento maior: "Amais-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." (cf. Jo 15, 12-13).
Com isso, podemos nos perguntar: estamos nos parecendo com um Caim, que rejeitou esse chamado a fraternidade, o qual, tratamos os outros como meros "descartáveis", sugando-os para as nossas próprias necessidades? Ou estamos seguindo aquilo que Jesus nos pediu: amar o próximo, ajudando-o sempre que necessitar?
Não podemos permitir que as coisas mundanas nos alienem, nos influenciem, onde o ter é mais importante que o ser, onde para se ter benefício próprio é preciso explorar o próximo. Só em um mundo onde o amor fala mais alto, o qual todos somos irmãos, em Deus, podemos ter paz e alegria.
O Papa conclui dizendo que "Há necessidade que a fraternidade seja descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada; mas só o amor dado por Deus é que nos permite acolher e viver plenamente a fraternidade." (cf. item 10, Conclusão).
Peçamos a Virgem Maria que ela interceda por nós, pedindo a teu Filho, Jesus, que nos ensine a sermos fraternos uns com os outros e que neste ano que está para se iniciar sejam derramados bênçãos sobre nós e em nossas famílias.
Desde já, desejo um ano de grandes graças a todos. Que o Espírito Santo esteja sempre presente em suas vidas, guiando-os no caminho do amor, da paz e da fraternidade. Abençoado 2014!

Matheus Godoi, seminarista.

OBS.:
Caso queira ler a mensagem do Papa Francisco, por ocasião da celebração do XLVII Dia Mundial da Paz (01/Janeiro/2014), clique aqui.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Advento: tempo de preparar o coração.

Com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (Cristo Rei), finalizamos mais um ano litúrgico, o Ano C. No próximo domingo iniciamos um novo ano litúrgico, o Ano A, e também um novo tempo: o Advento

Do latim "adventus", a palavra Advento significa chegada, vinda. É o tempo em que esperamos a chegada de Jesus, o seu nascimento, ou seja, o Natal. São quatro semanas, de preparação e reflexão, que antecedem o Natal, o qual preparamos o nosso coração para receber o Menino Jesus que quer nascer, novamente, em nosso meio.Um símbolo deste tempo é a Coroa do Advento, composta por quatro velas. A cada semana uma vela será acesa, representando a nossa espera, a vinda do Salvador. Quando as quatro velas estiverem acesas, é sinal que a Luz do mundo, o Menino Jesus, está chegando, que nascerá em nossos corações.

Como posso preparar meu coração para receber o Menino Jesus, neste Natal?Ore, reze o terço, reflita, leia a Palavra de Deus, jejue, confesse, ajude o próximo, ame, faça o bem, são algumas coisas que podemos estar fazendo neste tempo para prepararmos a manjedoura de Cristo: o nosso coração.


Desejo, desde já, um ótimo Advento a todos vocês. Que Cristo possa nascer em seus corações! Que Deus vos abençoe!

Matheus Godoi, seminarista

terça-feira, 25 de junho de 2013

A Torre, para além de uma torre.

TORRE - ALTURA. "ALT" - ALTAR. A Bíblia diz que para chegar no céu é preciso subir, elevar-se, buscar o lugar mais alto e as coisas do alto. Diz também que o Profeta Elias subiu ao céu numa Carruagem de Fogo (cfr. 2 Reis 2, 11-18). Boaventura de Bagnoreggio, biógrafo de São Francisco, diz que ele sobe numa Carruagem de Fogo para tocar o Divino (Legenda Maior, Prólogo 1,6).

O que significa subir à montanha? Buscar o ponto mais alto. Elevação. Nível superior da existência. Altura ("alt", altar), lugar onde o Senhor se manifesta, se faz presente. Como uma torre, símbolo de elevação, encontro com Deus, as alturas: Monte Olimpo, Monte Atlas, Monte Athos, Monte Tabor, Monte Alverne. É o lugar, mais que no sentido físico, o teológico, que possibilita o encontro entre o Humado e o Divino. Da Terra para o Céu. Da imanência à transcendência. Da horizontalidade para a verticalidade. O lugar onde o grande e o pequeno universo se tocam.


Jesus, em sua vida pública, várias vezes subia em uma montanha para falar do Reino dos Céus e uma vez, na experiência da altura, fez um sermão que ficou conhecido justamente como "Sermão da Montanha" (cfr. Mt, 5-7). E foi numa montanha que Ele se transfigurou e Deus o reconheceu publicamente como seu Filho muito amado (cfr. Lc 9, 28-36); na qual rezou antes de sua morte, no Monte das Oliveiras (cfr. Mt 26, 36-46); que morreu, crucificado, para a salvação dos homens (cfr. Jo 19, 17-37) e de onde subiu aos céus (cfr. At 1, 4-11).


A montanha significa estabilidade, imponência, fortaleza, permanência, posição de presença dominante, soberania, espaço sagrado, escalonada de degrau, persistência e fé na subida, coragem. É a Mística da Consciência que precisa encontrar seu lugar mais vigoroso que abra um horizonte maior. É a senda da iluminação, o lugar da meditação necessária para o desenvolvimento espiritual. É onde se respira o ar mais puro. É a culminância. A aproximação com o firmamento. Mais perto das estrelas. Uma torre enfim, para além do fisicamente uma torre, a torre de uma igreja.


Escrito por Pe. Milton J. Perretti e colaboração de Matheus Godoi.

domingo, 23 de junho de 2013

Não tenham medo de caminhar contracorrente, diz Papa aos jovens

Da Redação, com Rádio Vaticano

Tenham a coragem de caminhar contracorrente e de não deixar que a esperança lhes seja roubada por valores que fazem mal,  como o alimento estragado. Esta foi a exortação do Papa Francisco em especial aos jovens presentes na Praça São Pedro para o Angelus deste domingo, 23. O Santo Padre recordou os mártires de hoje, que "pagam a caro preço" o compromisso com a verdade e o Evangelho.

O Papa recordou quantos homens justos preferem caminhar contracorrente para não renegar a voz da consciência, a voz da verdade. "Pessoas justas, que não têm medo de caminhar contracorrente! E nós não devemos ter medo, mas a vocês jovens, e que são tantos, digo: não tenham medo de caminhar contracorrente, quando nos querem roubar a esperança, quando nos propõem valores que são valores deteriorados, valores como a comida estragada e quando uma comida se estragou, nos faz mal; esses valores nos prejudicam."

Com relação à defesa da verdade, que também é uma forma de perder a vida por Cristo, o Pontífice tomou como modelo São João Batista, cuja festa litúrgica se celebra nesta segunda-feira, 24, e o indicou como um mártir da verdade igualmente a todos aqueles que derramaram e derramam o sangue por amor a Jesus.

"Os mártires são o máximo exemplo do perder a vida por Cristo. Em dois mil anos são uma fileira os homens e as mulheres que sacrificaram a vida para permanecer fiéis a Jesus Cristo e ao seu Evangelho. E hoje, em tantas partes do mundo, são muitos, muitos – mais do que nos primeiros séculos – muitos mártires que dão a própria vida por Cristo, que são levados à morte por não renegar Jesus Cristo. Essa é a nossa Igreja"

Mártires também de um "martírio cotidiano" o qual, repetiu o Papa, nem sempre passa pelo sangue, mas comumente por aquela lógica de Jesus, a lógica da doação, que faz cumprir o próprio dever com amor.

Fonte: Canção Nova (
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=289454)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

São Francisco de Assis do século XXI

Em 13 de março de 2013, a frase "habemus papam" percorreu o mundo em instantes. Em 24 horas do início do conclave, a igreja católica já tinha um novo líder. E o mundo queria saber: qual era o perfil do novo papa?
A inesperada renúncia do Papa Emérito Bento XVI não foi a única surpresa a todos, nestes últimos meses. Era esperado um europeu ou, até mesmo, brasileiro; um possível Bento XVII, João Paulo III, Pio XIII, João XXIV, Paulo VII, mas, novamente fomos surpreendidos: um papa latino-americano, jesuíta e que escolheu o nome Francisco.
Em sua primeira aparição, como papa, Francisco mostrou seu carisma e sua principal qualidade: a humildade. Humildade esta que foi inspirada pelo São Francisco de Assis, santo italiano que renunciou toda a riqueza de seu pai; optando por uma vida simples, pobre e humilde, a serviço dos pobres.
E como prova disso, quebrou vários protocolos: dispensou o uso da cruz de ouro, dos tradicionais sapatos vermelhos, preferiu andar de ônibus a usar o papa móvel, pagou pessoalmente o hotel onde estava hospedado quando era cardeal, entre outros.
Embora tenha que enfrentar alguns problemas pelos quais a igreja está passando, Francisco já mostrou que seu principal objetivo é fazer uma "igreja pobre para os pobres", como disse em um de seus discursos, tratando todos igualmente, independentemente da crença e está disposto a fazer grandes mudanças na igreja.
Francisco é um belo exemplo de que o amor, a caridade e a humildade podem transformar um mundo carente de pessoas com esse tipo de perfil; cheio de pessoas que esqueceram que o amor é mais importante que a riqueza; a humildade mais importante que o luxo. Papa que dispensou as "mordomias" e preferiu servir de forma simples e humilde, como São Francisco de Assis.


Escrito por Matheus Godoi, catequista e membro da PasCom da Paróquia N. S. Aparecida.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Oração – converse com Deus.


“O desejo de orar já é oração” – Georges Bernanos.

A Paz esteja com vocês, irmãos (as)!



Sou membro da PasCom e também sou catequista da paróquia. Estava procurando um tema para escrever para vocês e veio em minha mente o tema “Oração”. A oração é a base fundamental que sustenta a nossa fé. É tão importante que Jesus passou maior parte de sua vida orando. Devemos orar, conversar sempre com Deus. Ele quer nos ouvir sempre! 
Mas, “o que é a oração? Estamos em oração quando o nosso coração se dirige a Deus. Quando uma pessoa ora, entra numa relação viva com Deus. [2558-2565] A oração é a porta para a fé. (...) Ele sabe que há um Deus com quem pode falar.” – retirado do livro YouCat, página 258. Deus sempre estará disposto a nos ouvir, independente da situação ou hora. Ele está te esperando. Acredite!
E como orar? Primeiro de tudo, precisamos estar num ambiente silencioso, quieto, por isso, a Igreja é um local mais apropriado para isso – visite Jesus Eucarístico, na Capela do Santíssimo, sempre que puder – Ele está lá, vivo, ansioso pela sua visita. Segundo passo é abaixar o volume do mundo e aumentar o volume do seu interior, do seu coração, para assim, estar em “sintonia” com Deus.
No meu último encontro de catequese, uma das crianças me perguntou o porquê que Deus não respondia, quando falamos com Ele. Eu disse que ele estava enganado, pois Deus sempre nos responde. Acredite, Ele nos responde sim. Deus usa das coisas mais simples, pequenas, singelas para falar conosco. Desde um cantar de um pássaro a um belo sorriso da pessoa que você gosta, basta estarmos atentos a todos os pequenos detalhes do nosso dia a dia. Deus fala conosco através do sofrimento, também. Nunca devemos desanimar, mas sim confiar em Deus e orar... sempre. 
“Para mim, a oração é uma elevação do coração, um singelo olhar para o Céu, um clamor de gratidão, o amor no meio da provação e da alegria.” - Santa Teresa de Lisieux. Confie sempre no Senhor e coloque em prática a oração. 

Que Deus abençoe você sempre! A Paz do Ressuscitado!

Escrito por Matheus Godoi, catequista e membro da PasCom da Paróquia N. S. Aparecida.

domingo, 14 de abril de 2013

Apostar na família é apostar no amor

Dizer que apostamos na família e na vida equivale a dizer que apostamos no amor, porque só o amor constrói, e é certo que o amor vencerá. Sempre vencerá. Mesmo que custe, mesmo que demore, porque as situações e problemas são difíceis , mas o amor por fim vencerá. É nisso que acreditamos e, por isso, lutamos contínua e incansavelmente. 

Você conhece muito bem o que Jesus nos disse: "Este é o meu mandamento: (veja bem: o meu mandamento) amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Este amai-vos uns aos outros é o amor que devemos viver em família, porque não é simplesmente amar, mas amar-se uns aos outros. É dar e receber amor. É isso que constrói a família.
É fácil? Não. É uma luta contínua. É uma conquista. Um verdadeiro desafio. Mas nós acreditamos no amor e nutrimos esta certeza: o amor vencerá.

Os nossos sentimentos podem estar machucados, muito machucados, e você sabe, não somos donos dos nossos sentimentos. Muitas vezes eles nos traem. Mas amor não é só sentimento. O amor é principalmente atitude.

Deus abençoe você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Anjos, companheiros no dia a dia" de monsenhor Jonas Abib)

Fonte: Canção Nova (
http://cancaonova.com/portal/canais/pejonas/pejonas_msg_dia.php)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ser filho da misericórdia de Deus

Quantas vezes, em nossa vida, criamos repulsas por nós mesmos por causa de nossos pecados! A consequência dos pecados, dos erros, não é o tempo que o erro dura, mas o que ele vai gerando dentro de nós. Você não tem o direito de viver como um miserável, porque você não o é. Nós não podemos nos transformar nos erros cometidos.

Nada nesta vida pode me emocionar mais do que o coração de Jesus. Pensar que Ele amava como amou, olhar para o jeito como Ele olhava o mundo, como Ele via a miséria humana e tudo aquilo que era feio, triste e desagradável. Essa Canção Nova está cheia, porque todos nós necessitamos ouvir, todos os dias, que Deus nos ama, nos quer bem, que Ele não se cansa de nós. A Canção Nova está repleta de gente, porque todos nós, que experimentamos a miséria, sabemos como é duro viver, como facilmente caímos nas desgraças, como é fácil tornarmos nossa vida um inferno. E a porta da nossa destruição é justamente o momento em que deixamos de nos querer bem. É por isso que a Igreja se preocupa em gritar em alto e bom som que a Deus nos ama. 

Deus ama você! Apesar da nossa miséria, essa notícia não muda. É maravilhoso pensar que o movimento do Criador é fazer com que a Sua criatura O perceba, O conheça. A grande graça de Deus é olhar para você e não achar que você é multidão. 

Eu não sei quando foi o seu encontro com Jesus; não sei se você O conheceu por meio das histórias que sua mãe lhe contava dEle ou se você escutou que Ele realizava milagres; eu não sei qual foi o caminho que você andou até encontrar a imagem de Jesus Misericordioso nem o que Ele significa para você. Mas eu sei o que essa imagem significa para o Pai.

Ninguém pode compreender o amor senão por intermédio de outra pessoa, pois o amor nós não aprendemos na faculdade com conceitos e teorias. Por isso o Pai fez questão de nos enviar Alguém que ama, um homem responsável, porque conhece a lei. Jesus é um bom judeu, não relativiza a religião, não é um homem que fala bobagens , porque foi bem preparado, foi um menino bem educado, porque Deus fez questão de colocá-Lo como filho de uma mãe que sabia ser mãe. Ele não é um medroso, um mentiroso. É um homem terno, que gosta da vida, gosta tanto dela que é mostrado indo a festas, conversando com amigos. É um homem que não tem preconceitos. Ele foi capaz de ir a lugares inusitados, sentar com pecadores, conversar com miseráveis.


As autoridades da época achavam um absurdo o que Jesus Cristo fazia. Jesus tinha um coração cheio de amor, e quem ama de verdade não tem medo de encontrar as pessoas, não tem medo de encontrar os miseráveis. Sabe por que não gostamos de estar diante de um miserável? Porque quando estamos diante dele, nos deparamos também com as nossas misérias.

Pe. Fábio de Melo

Leia mais clicando no link abaixo: 

domingo, 7 de abril de 2013

João Paulo II fala sobre o Domingo da Misericórdia

A paz é o dom por excelência de Cristo

Domingo, 18 de abril de 2004.

1. Do alto da Cruz, na Sexta-feira Santa, Jesus deixou-nos como seu testamento o perdão: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”(Lc 23,34). Martirizado e escarnecido, demonstrou misericórdia pelos seus algozes. Os seus braços abertos e o seu coração trespassado tornaram-se assim o sacramento universal da ternura paterna de Deus, que oferece a todos o perdão e a reconciliação.
No dia da Ressurreição, o Senhor, aparecendo aos discípulos, saudou-os com estas palavras: “A paz esteja convosco!”, e mostrou-lhes as mãos e o lado com os sinais da Paixão. Oito dias mais tarde, como lemos na página evangélica de hoje, voltou a encontrar-se com eles no cenáculo e disse-lhes de novo: “A paz esteja convosco!” (cf. Jo 20,19-26). 
2. A paz é o dom por excelência de Cristo crucificado e ressuscitado, fruto da vitória do Seu amor sobre o pecado e sobre a morte. Ao oferecer-se a si mesmo, vítima imaculada de expiação sobre o altar da cruz, Ele derramou sobre a humanidade a vaga benéfica da Misericórdia Divina.
Por conseguinte, Jesus é a nossa paz, porque é a manifestação perfeita da Misericórdia de Deus Pai. Ele infunde no coração humano, que é um abismo sempre exposto à tentação do mal, o amor misericordioso de Deus.
3. Hoje, Domingo in Albis, celebramos o Domingo da Misericórdia Divina. O Senhor envia-nos também para levar a todos a Sua paz, fundada no perdão e na remissão dos pecados. Trata-se de um dom extraordinário, que Ele quis unir com o sacramento da penitência e da reconciliação. Quanta necessidade tem a humanidade de conhecer a eficiência da misericórdia de Deus nestes tempos marcados por crescente incerteza e conflitos violentos!

Maria, Mãe de Cristo e nossa paz, que no calvário recebeu o seu testamento de amor, ajude-nos a ser testemunhas e apóstolos da sua misericórdia infinita.

Beato João Paulo II

domingo, 31 de março de 2013

Os sinais da Páscoa

Nossa vida é regida pela vitória de Cristo na cruz

Páscoa significa "passagem" ou agradecimento por um caminho de libertação percorrido. Já no Antigo Testamento, isso estava muito presente na vida do Povo de Deus. A Páscoa era sinalizada por diversas passagens: da Caldeia para Canaã, daí para o Egito e do Egito para a Terra Prometida, atravessando o Mar Vermelho e o deserto. Todas foram marcas de libertação.

Hoje, o grande sinal da Páscoa é a ressurreição de Jesus Cristo, o milagre da vida, realizando a grande aliança de Deus com seu povo, sinalizando a passagem do Antigo para o Novo Testamento. Após a morte de Cristo e Seu sepultamento, os discípulos encontraram o sepulcro vazio, sinal “ainda duvidoso” de ressurreição, a qual foi confirmada, mais tarde, com as aparições, tornando-se fonte de fé para os cristãos.

Para entender os sinais do mistério da ressurreição é preciso acompanhar os primeiros tempos da Igreja. É fundamental compreender a Sagrada Escritura para entender o fato da morte gerar vida. Não é necessário ver para crer, mas o amor conduz o discípulo a ter fé no Cristo ressuscitado.
As cenas da Semana Santa continuam acontecendo ainda hoje. Elas reavivam em nós o caminho da Paixão de Cristo e nos lembram dos sofrimentos de tantas pessoas nas diversas faixas etárias e situações do momento. Além da pobreza vivida por muitos, temos as doenças, a violência no trânsito, as afrontas à vida etc.

Os sinais da ressurreição estão presentes na sociedade hodierna. Eles podem ser vistos naqueles que conseguem vencer na vida, saindo de uma situação de sofrimento para uma vida mais saudável. Isto acontece tanto na condição física como também na via espiritual, no caminho de encontro com Jesus Cristo e na convivência comunitária.

Quem faz a experiência da ressurreição, na prática da vida cristã, deve ter uma nova conduta de vida e passar a olhar e cuidar também das coisas do alto, sobrenaturais e dimensões divinas. Digo isso, porque nossa vida é regida pela vitória de Cristo na cruz.
Desejo uma Feliz Páscoa para todos os leitores!
Escrito por Dom Paulo M. Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG)

Fonte: Canção Nova (http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13114)

domingo, 24 de março de 2013

Como viver a Semana Santa?

A Semana Santa deve ser um tempo de reflexão e reconstrução

Num clima de alegria e esperança, provocado pela ascensão ao pontificado petrino do Papa Francisco, iniciaremos - no Domingo de Ramos - mais uma Semana Santa com a entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém.
Aí começa uma nova fase na história do povo de Israel, quando todos se voltam para a cena da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
A Semana Santa deve ser um tempo de recolhimento, de interiorização e de abertura do coração e da mente para o Deus da vida. Significa fazer uma parada para reflexão e reconstrução da espiritualidade, essencial para o equilíbrio emocional e segurança no caminho natural da história de vida com mais objetividade e firmeza.
As dificuldades encontradas não são fracasso nem caminho sem saída. Elas nos levam a firmar a esperança na luta por uma vida sem obstáculos intransponíveis. Foi o que aconteceu com Cristo, no trajeto da Paixão, culminando com Sua morte na cruz. Em todo esse caminho, Ele passou por diversos atos de humilhação.
A estrada da cruz foi uma perfeita reveladora da identidade de Jesus. Ele teve de enfrentar os atos de infidelidade e rebeldia do povo que estava sendo infiel ao projeto de Deus, inclusive sendo crucificado entre malfeitores. Jesus partilha da mesma sorte e dos mesmos sofrimentos dos assassinos e ladrões de sua época.
Na Semana Santa devemos associar ao sofrimento de Cristo o mesmo que acontece com tantas famílias e pessoas violentadas em nosso tempo. Podemos dizer da violência armada, dos trágicos acidentes de trânsito, das doenças que causam morte, do surto da dengue, dos vícios que ceifam muita gente, etc.
Jesus foi açoitado, esbofeteado, teve a barba arrancada, foi insultado e cuspido. O detalhe principal é que nenhum sofrimento O fez desistir de Sua missão nem ter atitude de vingança. Ele deixou claro que o perdão é mais forte do que a vingança.
Devemos aprender com Ele e olhar a vida de forma positiva, sabendo que seu destino é projetado para a eternidade em Deus.
Escrito por Dom Paulo M. Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG) 

Intercessão é batalha!

A intercessão é uma batalha interminável, que quando você vence uma, ainda existem muitas outras a serem vencidas. Tudo isso porque a nossa luta, a luta cristã é maior do que imaginamos.

Assim como nos diz S. Paulo: “Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potesdades...” (Ef 6, 10-13). O inimigo se utiliza de uma pessoa inocente para zombar de Deus, fazendo tudo para estragar a vida dessa pessoa, a família dela e fazendo-a se sentir a última das criaturas.
Através do poder Deus que habita em nós, nos é dada uma autoridade da parte d’Ele para que a nossa oração se torne uma arma poderosa contra a ação do inimigo. E, amado irmão (a), nossa oração tem muito poder, principalmente quando confiamos na ação e misericórdia de Deus.


E o que diz o Catecismo da Igreja Católica?
§2635 Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora “não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos dos outros” (Fl 2,4) e reza por aqueles que lhe fazem mal.


Irmãos, hoje eu resolvi escrever sobre a intercessão porque estou vivendo um momento diferente em minha vida, e estou testemunhando o que a intercessão pode fazer na vida das pessoas. Acreditem! Nós somos mais fortes do que imaginamos, ainda mais quando estamos em comunhão com a Igreja, com Deus e com a comunidade. Experimente! Reze por alguém e essa bênção também cairá sobre você! A Paz de Cristo.

Escrito por Letizia Afonso; PasCom Par. N. Sra. Aparecida, 24/03/13 Domingo de Ramos.
Referências: http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/h/intercessao.html
http://www.cancaonova.com/portal/canais/pejonas/informativos.php?id=2257

terça-feira, 19 de março de 2013

Março, mês de São José

"José mereceu o nome de 'Justo'."

Sempre fui devoto de São José, graças a Deus; e há muitos anos me recomendo a Ele diariamente, bem como a todos os meus caros. Sinto sua especial proteção em tudo o que faço. Acabei de escrever um livro sobre este glorioso santo escolhido por Deus para ser o pai adotivo de Jesus. Pode haver honra maior para um homem?

Meu desejo de escrever sobre as glórias de São José aumentou ainda mais depois que eu e minha esposa, Maria Zila, recebemos uma imensa graça que suplicamos a Deus, por muitos anos, pela intercessão de São José.

Minha esposa adquiriu o hábito de fumar em sua adolescência e sempre fumou durante nossos quatro anos de namoro e noivado e mais trinta anos de casados. Mas sempre pedíamos a Deus a graça para ela deixar esse vício. Há seis anos ela lutava com muitas orações e súplicas para deixar o cigarro; pois bem, no dia 1º de maio de 2002, pouco antes da Procissão de São José, que houve em nossa cidade de Lorena (SP), eu disse a ela: “Vamos à procissão de São José e, depois, você vai jogar a sua carteira de cigarros fora”.

Movida por Deus, ela aceitou o convite e fomos acompanhar a Procissão de São José Operário; fizemos a ele o nosso pedido. Quando chegamos em casa, ela jogou fora o seu último maço de cigarros e não mais fumou, depois de 35 anos de vício prolongado. Deus seja louvado! São Jose não falha!

A Igreja sempre venerou São José com muita honra e confiança e muito nos recomenda à sua intercessão. É por isso que, no seu dia 19 de março, a Igreja interrompe a Quaresma, o sacerdote troca os paramentos roxos pelo branco, para celebrar o grande santo. São José permaneceu no silêncio e na mais profunda discrição para não atrapalhar a missão de Jesus, mas Deus quis que muitos santos, padres e papas pudessem vislumbrar toda a sua grandeza e glória. Em uma aparição a Santa Margarida de Cortona, ela conta que disse Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”.


Santo Afonso de Ligório (†1787), doutor da Igreja, garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro santo também o fez a São José. São Francisco de Sales, doutor da Igreja, diz que “São José ultrapassou, na pureza, os anjos da mais alta hierarquia”.

São Jerônimo, doutor da Igreja, diz que “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuía, de modo perfeito, todas as virtudes”.

Se São José foi escolhido por Deus para Esposo da Virgem Maria, a mais santa de todas as mulheres, é porque ele era o mais santo de todos os homens. Se houvesse alguém mais santo que José, certamente seria este escolhido por Jesus para Esposo de Sua Mãe Maria. Nós não pudemos escolher nosso pai nem nossa mãe, mas Jesus pôde; então, escolheu os melhores que existiam.

São Bernardo (†1153), doutor da Igreja, disse de São José: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”. Os Santos Padres e Doutores da Igreja concordam em dizer que São José foi escolhido para esposo de Maria pelo próprio Deus.

É eloquente o testemunho de Santa Teresa de Ávila (†1582), doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu : “Tomei por advogado e senhor o glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus. De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.

Próximo de Jesus e de Maria, São José é a estrela de primeira grandeza no Céu; por isso a Igreja lhe presta um culto de “proto-dulia”, em primeiro lugar na lista dos santos. Ele intercede e cuida da Igreja sem cessar, assim como, na terra, velava sem se descuidar, do Filho de Deus a ele confiado. Nos recomendemos todos a ele, todos os dias.

Escrito por Prof. Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova (http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13098)

19/Março - dia de São José.
Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.

Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.

Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”. 

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.

"Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa" (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria. 

Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós. 

Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.

São José, rogai por nós!

terça-feira, 5 de março de 2013

Agradecidos, Bento XVI

Uma lição simples e profunda

Com reverência e grande apreço, somos agradecidos pelo pontificado de Bento XVI que, como sucessor do apóstolo Pedro, ajudou a Igreja, em tempos de aceleradas mudanças e enormes desafios humanitários, a cumprir sua tarefa missionária: anunciar o Evangelho da vida para fazer de todos discípulos e discípulas de Jesus Cristo.

O agradecimento reverente projeta luzes sobre um ministério exercido com extrema lealdade, humildade edificante, cultivado a partir de uma sabedoria temperada, admirável envergadura intelectual aliada a uma espiritualidade reveladora de uma profunda intimidade com Deus. Essas qualidades de Bento XVI, para além das vicissitudes humanas enfrentadas nas instituições todas, produzindo desafios relacionais e existenciais, traçou para a Igreja horizontes que a capacitaram ainda mais no enfrentamento das questões fundamentais da fé no seu diálogo imprescindível com a razão.

Um caminho exigente, na contramão de uma religiosidade entendida e vivida como mágica milagreira ou como lugar da conquista e de exercícios inadequados do poder que seduz, desfigura e distancia-se da condição de todos como servos da vinha do Senhor. Há de se recordar que Bento XVI, em 2005, dirigindo-se pela primeira vez à multidão presente na Praça de São Pedro, delineia a consciência clara de seu entendimento sobre sua pessoa e sobre seu ministério iniciante como sucessor de Pedro. Ele se apresenta - como não pode deixar de ser a apresentação dos discípulos de Jesus, sejam quais forem as circunstâncias, cargos, ofícios e responsabilidades - como simples servo da vinha do Senhor, chamado naquele momento ao exigente serviço como Papa.

Esse simples servo, com envergadura moral, intelectual e espiritual de gigante na fé, dialogou com seu Deus, em confiança amorosa, para decidir, por iluminação própria da fé e da inteligência, que era um bem maior concluir sua tarefa no ministério petrino. Sua renúncia causou, naturalmente, comoção e reações de grande surpresa. Ninguém destes tempos vivera uma situação semelhante. O inusitado da renúncia de um Papa, na realidade dos tempos atuais, em se considerando os enormes desafios vividos pela Igreja Católica, no enfrentamento de questões espinhosas, como a chaga da pedofilia, ou no diálogo com o mundo, quando se pensa a secularização e o relativismo ético, projetou um oceano de conjecturas e suposições.

No turbilhão de hipóteses e análises, muitas delas inadequadas, maliciosas e até perversas, uma luz de razão e humanismo focaliza a dimensão da fé. A renúncia do Papa Bento XVI desenha no horizonte da Igreja e também da sociedade contemporânea a mais genuína e indispensável lição do Evangelho. Sua renúncia se assenta, antes de tudo, na confiança no seu Mestre e Senhor e na mais qualificada conquista espiritual de simplicidade e humildade. Estas virtudes geram a coragem do desapego, a alegria da liberdade e a consciência lúcida do seu lugar, agora como orante no acompanhamento e sustento da Igreja na sua missão.

Houve quem jogou a hipótese de uma “descida da cruz”. Bento XVI, sabiamente e de modo sereno, ajusta a possível incompreensão, ponderando que não desceu da cruz, mas está aos pés do crucificado. Sublinha sua condição de discípulo e servo, jamais de Senhor e Salvador. A lição é desconcertante e interpelante. Não simplesmente porque é inusitado um Papa renunciar, mas, sobretudo, porque remete ao mais genuíno sentido de humildade e desapego para ajudar a humanidade e, particularmente, a Igreja no exercício mais essencial de seu peregrinar, aquele de fixar mais, acima de tudo, seu olhar em Jesus, o Salvador.

Este é o ensinamento que Bento XVI nos oferece como testemunho de fé, de sábia localização da condição humana nas mãos e no coração de Deus. Uma lição simples e profunda. Deus fez de Bento XVI um instrumento para indicar ao mundo contemporâneo e à sua Igreja que o terror da falta de sentido, os absurdos das lutas pelo poder, a desqualificação humana produzida pela maledicência e pelas arbitrariedades só têm cura quando se elege este lugar de simples servo da vinha para viver e para ser. Esta lição, aprendida e vivida, dará rumo novo à sociedade e à Igreja. Somos agradecidos, Bento XVI. 

Escrito por Dom Walmor Oliveira de Azevedo | 
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

Fonte: Canção Nova (http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13090)

domingo, 3 de março de 2013

Querer Saber do Povo - "Domingo Laetare e Gaudete"

Querido (a) irmão (a) leitor (a)!

Vamos entender um pouco sobre o significado de Domingo Laetare e Domingo Gaudete.
Bem, primeiro é bom dizer que ambas as palavras "Laetare e Gaudete" são de origem latina e significam basicamente a mesma coisa, ou seja, significam "Alegria". É como se disséssemos na Língua Portuguesa "Alegra-te e Rejubila-te" que querem dizer a mesma coisa sendo uma palavra sinônima da outra. Outra semelhança entre Domingo Laetare e Domingo Gaudete é que ambos se referem a um termo tradicional dado ao penúltimo domingo da Quaresma e do Advento, que popularmente é conhecido como o Domingo da Alegria. Este domingo consiste em uma pausa prevista dentro do rito litúrgico, para lembrar que a Alegria está chegando, ou seja, uma grande festa está por vir.

É importante entendermos que no Ciclo do Natal e no Ciclo da Páscoa existe um tempo de preparação que antecede estas grandes festas do calendário litúrgico de nossa Igreja. O tempo de preparação para o Natal é o Advento que são quatro domingos, sendo o terceiro domingo do advento, o Domingo Gaudete. O tempo de preparação para a Páscoa é a Quaresma que são cinco domingos, sendo no quarto domingo, o Domingo Laetare. Nestes domingos temos a presença da cor litúrgica "rosa" exatamente para lembrar que é um domingo diferente. Neste domingo é importante que a Igreja esteja com a ornamentação diferenciada, pois afinal a Alegria Maior se aproxima que é o Natal ou a Páscoa.

Contudo lembramos que Advento e Quaresma têm um sentido penitencial. O Advento mais voltado para espera enquanto a Quaresma para a conversão. São tempos em que a Igreja nos pede reflexão de nossas atitudes para que estejamos sempre alinhados a proposta do Evangelho e nos convertamos de fato para bem celebrar as grandes festividades.

Existem outros termos litúrgicos que você não sabe o que significa? No próximo informativo voltaremos explicando a você o significado de alguns.
Até lá.

Força e Coragem!
Fernando R. Montanheiro - Cerimoniário.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Como viver bem o Ano da Fé?

Porta Fidei – Um itinerário espiritual a ser seguido.

No 'Ano da Fé', somos convocados a reavivar a chama da fé em nosso coração, em nossa caminhada de cristãos. Em uma sociedade secularizada, que, aos poucos, vai perdendo as raízes da sua própria identidade cristã, a Carta Apostólica do Papa Bento XVI, Porta Fidei, é um convite a retornamos às nossas raízes e, assim, vivenciarmos um tempo novo. 

Nesta Carta Apostólica, o Papa Bento XVI apresenta um itinerário espiritual que nos ajuda a vivenciar o 'Ano da Fé' com intensidade e profundidade. Eis o caminho espiritual proposto pela Carta ApostólicaPorta Fidei

Primeiro passo: acesso exclusivo ao amor de Deus. “A Porta da Fé (cf. At 14, 27), que nos introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós” (PF, 1). Por meio da fé temos acesso exclusivo a uma vida de intimidade profunda com Deus. 

Segundo passo: ajudar nossos irmãos e irmãs a atravessarem o deserto da secularização para que encontrem Jesus Cristo, fonte da vida que sacia todas as sedes. “A Igreja, no seu conjunto, e os pastores nela, como Cristo, devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida em plenitude” (PF, 2). Muitos se encontram peregrinando por um deserto sem vida. A fé que cultivamos em nosso coração ajuda-nos a sermos guias para quem se encontra sedento de Cristo.

Terceiro passo: rezar a Palavra de Deus na vida. "Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos” (cf. Jo 6, 51), (PF, 3). Na Palavra de Deus e na Eucaristia encontramos o alimento necessário que sustenta nossa alma. É preciso rezarmos essa Palavra em cada momento de nossa vida. 

Quarto passo: testemunharmos o amor de Deus. “A renovação da Igreja realiza-se também por meio do testemunho prestado pela vida dos crentes. De fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou” (PF, 6). Nossa vida deve irradiar a Luz da Palavra de Deus. Somente quem foi iluminado pela Palavra pode testemunhar uma vida de luz. 

Quinto passo: converter-se no Senhor. “O Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo” (PF,6). É necessário reacender a chama do nosso primeiro amor por Cristo. E esta chama só poderá ser acessa se nos convertermos novamente.

Sexto passo: abandonar-se nas mãos de Deus. “Só acreditando que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior, porque tem a sua origem em Deus” (PF, 7). Geralmente, queremos que seja feita a nossa vontade, mas poucas vezes nos abandonamos nas mãos de Deus. Viver o 'Ano da Fé' é abandonar-se inteiramente nas mãos do Senhor. Confiarmos a Ele nossa vida e tudo o que temos e somos.

Sétimo passo: redescobrir o valor da Profissão de Fé. “Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária para não esquecerem o compromisso assumido com o Batismo” (PF, 9). A oração do Creio deve voltar a fazer parte das nossas orações. É preciso aprofundar naquilo que cremos. 

Oitavo passo: estudar o Catecismo. “Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II” (PF, 11). No Catecismo da Igreja Católica, encontramos alimento seguro para as questões da fé que nos inquietam. É preciso saber responder: Por que eu creio? Em que eu creio? 

Nono passo: desenvolver a caridade na vida. “O 'Ano da Fé' será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: ‘Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade’” (1 Cor 13, 13) (PF, 14). A caridade nasce do amor, ela é o amor em ação na vida. 

Décimo passo: viver o 'Ano da Fé' como um itinerário espiritual. “Possa este 'Ano da Fé' tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro (PF, 15). Temos a nossa disposição um programa de vida espiritual rico e profundo para crescermos na fé e no amor a Cristo e a Igreja. 

Veja a cobertura completa papa.cancaonova.com

Escrito por Padre Flávio Sobreiro

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A tradição da Via-Sacra

Desfrutemos dos benefícios da Paixão de Cristo

A tradição da veneração e da meditação da Via-Sacra, Via Dolorosa de Jesus Cristo, desenvolveu-se e consagrou-se com a piedade cristã.

Dom Estêvão Bettencourt, OSBM, da revista 'Pergunte e Responderemos', de número 26, de fevereiro de 1960, fala-nos sobre a tradição do valoroso exercício de piedade que é a Via-Sacra. 

Segundo o bispo, a Via-Sacra é um exercício de piedade, no qual os fiéis percorrem mentalmente o caminho de Jesus Cristo, do Pretório de Pilatos até o monte Calvário. Este exercício muito antigo, que remonta os primeiros séculos da Igreja Católica, tomou forma com o tempo, até a Via-Sacra, como conhecemos em nossos dias. 

Desde os primórdios, os fiéis veneravam os lugares santos, onde viveu, morreu e foi glorificado Jesus Cristo. Peregrinos de países mais longínquos iam à Palestina para orar nesses lugares. Em consequência dessas peregrinações, surgiram narrativas, das quais as mais importantes da antiguidade são a de Etéria e a do peregrino de Bordéus, que datam do século IV. Muitos desses peregrinos reproduziam, em pinturas ou esculturas, os lugares sagrados que visitaram. 

A tendência de reproduzir os lugares santos aumentou por causa das Cruzadas (século XI-XIII), a qual proporcionou a muitos fiéis a oportunidade de conhecer os lugares santos e de se beneficiar da espiritualidade desses locais. Por isso, aumentaram as capelas e monumentos que lembram os santuários da Terra Santa. Essas capelas e monumentos passaram a ser visitados por pessoas que não podiam viajar para a Cidade Santa. 

Até o século XII, os guias e roteiros que orientavam a visita dos peregrinos à Palestina não tratavam de modo especial os lugares santos que diziam respeito à Paixão de Cristo. Em 1187, aparece o primeiro itinerário que seguia o caminho percorrido por Jesus. Porém, somente no final do século XIII, os fiéis passaram a separar a Via Dolorosa do Senhor em etapas ou estações. Cada uma destas era dedicada a um fato do caminho da cruz de Cristo e acompanhada por uma oração especial. Por causa da limitação dos maometanos, os cristãos passaram a ter um programa para a visita desses lugares santos, relacionados à Paixão de Cristo. 

No fim do século XIV, já havia um roteiro comum, que percorria, em sentido inverso, a Via Crucis. Este começava na Igreja do Santo Sepulcro, no Monte Calvário, e terminava no Monte das Oliveiras. As estações desse caminho eram bem diferentes da Via-Sacra atual. Alguns autores, do final do século XV, como Félix Fabri, afirmavam que este itinerário - do Calvário ao Monte das Oliveiras -, era o mesmo que a Virgem Maria costumava percorrer, recordando a Paixão de seu amado Filho Jesus Cristo. 

Os peregrinos que visitavam a Terra Santa, no fim da Idade Média, testemunhavam um extraordinário fervor, pois arriscavam suas vidas na viagem e se submetiam às humilhações e dificuldades impostas pelos muçulmanos ocupantes da Palestina. Tal fervor fez com que muitos cristãos, que não podiam ir à Terra Santa, desejassem trocar a peregrinação pelo exercício de piedade realizado nas igrejas e mosteiros. Esse desejo fez com que fosse desenvolvido o exercício do caminho da Cruz de Jesus Cristo. 

O fervor levou os fiéis a percorrerem o caminho doloroso do Senhor Jesus na ordem dos episódios da história da Paixão de Cristo. A narrativa da peregrinação do sacerdote inglês Richard Torkington, em 1517, mostra que, no início do século XVI, já se seguia a Via Dolorosa do Senhor na ordem dos acontecimentos. Isso possibilitava aos fiéis reviver mais intensa e fervorosamente as etapas dolorosas da Paixão. No Ocidente, as pinturas ou esculturas, das estações da Via-Sacra eram variadas. Algumas delas tinham apenas 7 ou 8 estações. Outras, contavam com 19, 25 ou até 37 estações na Via Dolorosa de Cristo. Em 1563, o livro “ A peregrinação espiritual”, de Jan Pascha, descreve uma viagem espiritual que deveria durar um ano, num roteiro que partia de Lovaina para a Terra Santa. 

Cada dia dessa peregrinação era acompanhada de um tema de meditação e de exercícios de piedade. Em 1584, Adrichomius retomou o itinerário espiritual de Jan Pascha e lhe deu a forma que tem a Via-Sacra como a conhecemos hoje, ou seja, o caminho da cruz de Cristo acontece a partir do pretório de Pilatos, onde Jesus foi condenado à morte, num total de 14 estações, até o Calvário, onde morre o Crucificado. 

Os franciscanos tiveram um papel importante na propagação do exercício da Via-Sacra. Desde o século XIV, estes são os guardas oficiais dos lugares santos da Terra Santa e, talvez por isso, dedicaram-se à propagação da veneração da Via-Sacra em suas igrejas e conventos. Desde o final da Idade Média, os franciscanos erguiam estações da Via-Sacra, segundo o roteiro de Jan Pascha e Adrichomius. Isto fez com que esta forma prevalecesse sobre as outras formas de devoção da Via Dolorosa de Cristo. Foram também os franciscanos que obtiveram dos Papas a concessão de indulgências ao exercício da Via-Sacra. Dentre os filhos de São Francisco, destaca-se São Leonardo de Porto Maurício, que ergueu 572 “Vias-Sacras” de 1731 a 1751. 

Assim, o exercício da Via-Sacra se desenvolveu ao longo dos séculos até atingir sua forma atual, a partir da obra de Pascha e Adrichomius no século XVI. A aprovação da Santa Sé e a concessão de indulgências mostram que a veneração e a meditação da Via Dolorosa de Cristo fazem muito bem para a piedade cristã, especialmente no tempo da Quaresma. Por isso, desfrutemos dos benefícios da Paixão de Cristo como são propostos pela Via-Sacra, piedade que santifica os fiéis cristãos a tantos séculos.

Escrito por Natalino Ueda
Missionário da Comunidade Canção Nova

Fonte: Canção Nova (http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13080)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

JMJ Rio 2013, o sonho de um coração jovem

Por: Exequiel Alvarez (Familia Canción Nueva Argentina)
O coração dos jovens de diferentes partes do mundo começa a palpitar diante do maior acontecimento que viverá a Igreja juvenil neste ano: a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
Todas as comunidades e paróquias têm experimentado, há alguns meses, o impulso e a alegria de milhões de jovens que decidiram estar presente – com tudo o que isso significa – neste evento da fé.
Assistir à JMJ significa para muitos um desafio.  “O que me impulsiona a ir [ ao evento] é a sede de Deus, por isso não há limites que me impeçam de chegar a Ele e compartilhar esse momento com tantos outros irmãos de todo o mundo”, diz Luján Rodriguez (Província de Corrientes, Argentina), que participará pela primeira vez de uma Jornada.
Viver uma Jornada é experimentar o carinho da Igreja para com os jovens. É reviver a cena, na qual Jesus, caminhando, olha para Seus discípulos amando-os, em primeiro lugar, e chamando-os: “Vão e façam discípulos em todas as nações”. Esse é o chamado!
Um gesto que me emocionou muito foi o momento de adoração ao Santísimo, quando o Papa, de joelhos diante de Jesus, pedia por nosso coração e nos entregava ao coração de Jesus. Isso me deixou estremecida até os ossos” testemunha Gabriela Rodriguez (Província de Corrientes, Argentina), participante da JMJ Madri 2011 com Bento XVI.
Essa jovem, como tantos outros, guarda em seu coração os mistérios do Santo Rosário rezados em todos os idiomas, os momentos de calor e de chuva, as palavras de Bento XVI “pedindo-nos que sejamos boas testemunhas”.
Minha expectativa para a próxima JMJ RIO 2013 é que mais jovens possam viver o mesmo que eu vivi. Que o mundo se inteire da alegria que há na vida de um cristão comprometido, amado e cuidado por Deus”, compartilha a jovem argentina, que já se mostra entusiasmada por participar da próxima Jornada.
Sem dúvidas, a presença do novo Pontífice fará, desta JMJ, um evento especial.
Para que você também se contagie da alegria que antecede todo o evento, segue um vídeo dos jovens que estarão no Brasil em julho.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Por que fazer jejum?


Devemos estar prontos para a renúncia

Não existe uma forma menos "sofrida" de adquirir a virtude da temperança? João Cassiano (370-435) explica por que é necessário que o corpo sofra um pouco. A razão é muito simples: não é possível cometer o pecado da gula sem a cooperação do corpo. E isso é evidente, já que os anjos, por exemplo, não podem pecar por gula, no sentido próprio da palavra. Ora, se é com o corpo que acontece o pecado, o combate à doença da gastrimargia só pode acontecer caso o corpo entre na luta. Por isso se deve fazer jejum. Estes dois vícios [a gula e a luxúria] por não se consumarem sem a participação da carne, exigem, além dos remédios espirituais, a prática da abstinência. 

Na verdade, para quebrar os seus grilhões, não basta o propósito do espírito (como acontece em relação à ira, à tristeza e às outras paixões que, sem afligir o corpo, a alma sozinha consegue vencer), mas é imprescindível a mortificação corporal pelos jejuns, as vigílias e os trabalhos que levam à contrição, podendo-se acrescentar também a fuga das ocasiões insidiosas. Sendo tais vícios oriundos da colaboração da alma e do corpo, não poderão ser vencidos sem ambos se empenharem neste processo. Nós, mediócres que somos, não temos a maturidade necessária para a santidade, por isso não seríamos capazes de nos manter em ordem, naquele equilíbrio que “tempera” a vida, sem o auxílio do jejum. Com o jejum somos capazes de rechaçar as incursões hostis da sensualidade e libertar o espírito para que se eleve a regiões mais altas, onde possa ser saciado com os valores que lhes são próprios. É a imagem cristã do homem quem exige estes voos.

Devemos estar prontos para a renúncia e a severidade de um caminho que termina com a instauração da pessoa moral completa, livre e dona de si mesma, porque um dever natural nos impulsiona a ser aquilo que devemos ser por definição. Nunca é demais insistir no fato de que o jejum não nasce de corações ressentidos e que odeiam a vida. A Igreja e os seus santos sempre reconheceram a bondade fundamental desta vida e dos alimentos que a sustentam. Um santo não é um faquir, e o ideal ascético cristão nunca foi o de deitar numa cama de pregos ou engolir cacos de vidro. 

Desde o Novo Testamento, a Igreja sempre condenou o "destempero" dos santarrões e das suas seitas. Jejuar não é simplesmente passar fome. Se assim o fosse, a anorexia das modelos seria virtude heroica e os famélicos da história poderiam ser canonizados. Mas a simples fome não santifica ninguém. Para que dê o seu fruto, o jejum deve ser acompanhado de uma atitude espiritual adequada, pois a doença espiritual que desejamos curar é, seja permitida a redundância, espiritual.

O pecado não está no alimento, mas no desejo. São Doroteu de Gaza (século VI) explica isso a partir de uma comparação com o casamento. O ato sexual realizado por um devasso pode ser externamente idêntico ao de um esposo, mas sua natureza é completamente diferente. Nos atos humanos, a intenção não é um mero detalhe.

Assim também é na alimentação. O homem sadio e o homem que sofre de gastrimargia podem comer os mesmos alimentos nas mesmas quantidades, mas somente o doente comete idolatria. Quando, diante dos alimentos, nos esquecemos de Deus e começamos a desejar o nosso próprio bem, mais do que a glória de Deus, geramos uma desordem no nosso próprio ser. (Trechos extraídos do livro "Um olhar que cura - Terapia das doenças espirituais" pag. 64 a 69)

Escrito por Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Quarta-feira de Cinzas


Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar

A Quarta-feira de Cinzas na Igreja é um momento especial porque nos introduz precisamente no mistério quaresmal.
Uma das frases – no momentio da imposição das cinzas – serve de lembrete para nós: 'Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar.' A cinza quer demonstrar justamente isso; viemos do pó, viemos da cinza e voltaremos para lá, mas, precisamos estar com os nossos corações preparados, com a nossa alma preparada para Deus.
A Quarta-feira de Cinzas leva-nos a visualizar a Quaresma, exatamente para que busquemos a conversão, busquemos o Senhor. A liturgia do tempo quaresmal mostra-nos a esmola, a oração e o jejum como o princípios da Quaresma.
A própria Quarta-feira de Cinzas nos coloca dentro do mistério. É um tempo de muita conversão, de muita oração, de arrependimento, um tempo de voltarmos para Deus.
Eu gosto muito de um texto do livro das Crônicas que diz: “Se meu povo, sobre o qual foi invocado o meu nome, se humilhar, se procurar minha face para orar, se renunciar ao seu mau procedimento, escutarei do alto dos céus e sanarei sua terra” (II Cr 7, 14).
A Quaresma é tempo conversão, tempo de silêncio, de penitência, de jejum e de oração.
Eu, padre Roger, pergunto para Deus: “Senhor, que queres que eu faça”? - mesma pergunta de São Francisco diante do crucifixo. Mas, geralmente, a minha penitência é ofertar algo de que eu gosto muito para Deus neste tempo quaresmal. Você, que fuma, por exemplo, deixe de fazê-lo na Quaresma. Tenho certeza de que após esse tempo quaresmal Deus o libertará do vício do cigarro. Você, que bebe, não beba, permitindo que o próprio Deus o leve à conversão pela penitência que você está fazendo. Talvez você precise fazer penitência da língua, da fofoca. Escolha uma coisa concreta e não algo que, de tão abstrato, não vai levá-lo a nada. Faça penitência de novela, você que as assiste. Tem de ser algo que o leve à conversão.
O Espírito Santo o levará à penitência que você precisa fazer nesta Quaresma.
Escrito por Padre Roger Luis